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segunda-feira, 24 de maio de 2010

A Hora do Pesadelo (2010)




Anoiteceu mais cedo e uma chuva típica dos filmes de terror caia, com direito a trovões que iluminavam todo meu quarto, onde eu começa a ver o remake de “A Hora do Pesadelo” (Nigthmare on Elm Street, EUA, 2010).

Cenário perfeito, filme péssimo.

E...

Antes de mais nada eu adoraria falar que esse é o melhor remake dos últimos tempos, que o novo Freddy é realmente melhor que o antigo, - magistralmente interpretado por Robert Englund (Galáxia do Terror) - e também amaria falar que esse filme chega aos pés do original. Infelizmente isso é tecnicamente impossível.

Até fechei um olho e fiz de tudo para tentar esquecer que a película foi produzida por Michael Bay. Isso mesmo, aquele que também produziu (leia-se destruiu) o remake do clássico ‘’O Massacre da Serra Elétrica” (Texas Chainsaw Massacre, EUA, 2003) uma parte da crítica adorou, eu não. Bay ainda produziu bombas como o filme do também novo Jason e ‘’Transformers’’ (Idem, EUA, 2007), além da sequência e o terceiro filme da série que já foi anunciado.

Eca!

A direção ficou por conta de Samuel Bayer, um diretor de video-clipes de bandas como Metallica e Green Day. Dá pra acreditar? Deram na mão de um estreante uma obra tão conceituada. Só pode ser brincadeira!

Apesar de todos os itens citados acima, eu estava com o pensamento positivo, afinal ouvi algumas boas críticas de amigos que já haviam visto o novo visual de Freddy Krueger. Realmente acreditei que o filme poderia dar nova vida a franquia com a saída de Englund e a entrada de Jackie Earle Haley ( o Rorschach de ‘’Watchman’’) no papel do mestre dos pesadelos, seria um novo fôlego, uma tentativa de traduzir Freddy para a uma nova década.

Não culpo Jackie porque com tantos efeitos e tamanha maquiagem o vilão parece mais um alien, ou seja, está totalmente sem expressão. Pronto, os gênios conseguiram acabar com um dos pontos mais carismáticos e que eternizaram para sempre o senhor do pulôver rubro-negro. Mas calma amiguinhos, não foi só isso que o diretor e o produtor conseguiram destruir.

Vem mais por aí...

Passado esse momento em que o fã falou mais alto que o pseudo-crítico, vamos a minha fria análise sobre esse novo pesadelo. Ou Pesadelo seria ver esse filme?

Tudo até que começa bem, com Freddy matando e matando bonito. Não por muito tempo. Logo o espectador entrará em trabalho de tédio, pode acreditar.

Mas vamos a história que é o que interessa.

Jovens da rua Elm em Springwood, começam a morrer um a um em seus sonhos. Eles sonham com Freddy, que até então ninguém sabe quem é. Só descobrimos realmente qual a ligação entre os jovens que vão morrendo ao longo dos longos 90 minutos, depois da metade da projeção, o que mantém um certo suspense. Mas nada demais.

Cabe a mocinha da história Nancy ( a preferida de Freddy) tentar descobrir quem ele é e por que está atrás dos jovens da rua Elm, tudo isso sem dormir. Haja adrenalina e café!

Aí que vem mais uma cagada dos idealizadores dessa ideia desnecessária. Nesse remake Freddy em vida era pedófilo (!!!), já no original ele era “apenas’’ um assassino de criancinhas. Não sei vocês, mas eu sempre torci pro Freddy vencer no final.

E agora? Como poderia torcer para um pedófilo? (hahaha!)

O filme segue e seus protagonistas não tem o menor carisma, a Nancy que no filme original ficou marcada pela interpretação firme de Hethear Langenkamp, nessa nova versão é extremamente chata e sem sal, seu par romântico, antes interpretado por Johnny Deep (em seu primeiro filme, aliás) agora é vivido pelo emo-pop Kyle Gallner outro que abusa no visual e peca em suas atuações. Tipico ídolo teen de revista Capricho.

O roteiro de Wesley Strick (Casa de Vidro e Cabo do Medo) e Eric Heisserer (quem!?) beira o ridículo e foi feito milimetricamente para agradar crianças de 14 anos que não tiveram qualquer ligação com a série até então. A dupla de roteiristas se preocupa demais em contar a história de vida do Freddy, diferente do original, onde Wes Craven se preocupou menos com as origens do mal e mais com clima de suspense e o sarcasmo de Freddy que chupava os dedos e salivava antes de matar suas vítimas. Apesar do orçamento visivelmente baixo do filme de 1984, Englund e Craven criaram um ícone do horror, algo que nem os mesmos esperavam. Diferente dessa bomba que custou muito e agradou pouco. Pelo menos os antigos fãs não agradou em nada, e falo como um.

Difícil comparar os dois, já que esse filme de Bayer não é uma cópia fiel. Eu chamaria de no máximo uma “homenagem meia boca”. Já que os produtores queriam uma nova história porque não explorá-la mais a fundo? Seria algo que o desprenderia do título de “remake” e talvez fosse menos malhado pela crítica. Porém, acredito que em quesito ruindade a nota seria a mesma.
Enfim...



O filme segue e Freddy mantém suas piadinhas sem graças e sua face não humana que parece ter saído de algum filme de ficção aparece pouco, muito pouco. Parece até que o diretor sabia a merda que estava fazendo.

Somos apresentados a várias cenas inexplicáveis como a do namoradinho de Nancy pegando no sono em pleno treino de natação, brincadeira? Tudo é uma grande desculpa para encontrarem com Freddy. Tá, beleza. Afinal ele é o dono do show.

A fotografia é extremamente escura a ponto de deixar o espectador em dúvida quando é sonho ou realidade. O que provoca sono. Seria um plano maligno de Freddy para fazer os espectadores dormirem? Ou o filme teria um fundo metafórico? Não da para dizer o que passou na cabeça dos realizadores desse desrespeitoso remake.

Aliás, dá sim, eles pensaram nas verdinhas, isso sim. O filme feito para a geração que mais consome o horror, a juventude, e não para os verdadeiros fãs desse que foi, na minha opinião, um dos melhores filmes de horror dos anos 80.

A película também peca pela falta de nudez e violência. Saudades dos anos 80. Sei que tem dedo na censura nisso aí, mas está claro, como falei acima, a intenção dos idealizadores de atingirem um público mais jovem.

O novo Freddy não me fez sequer me lembrar do original. A chuva que despencava dos céus em ritmo frenético me assustava mais que ele. O que fizeram com você, Freddy?

Sua face agora, diferente do personagem de Englund, é moldada por efeitos e maquiagem extremos o que tira todo o realismo que o caracterizou. O filme quase não tem violência, até tem, mas é pouco para quem conhece o assassino dos sonhos de outros carnavais.

Quando a trilha sonora ficava mais escabrosa era o sinal que o dono do show ia aparecer, é o bom e velho susto-fácil. E o suspense do original? Cadê? Nem para deixarem um pouquinho.

Apesar de ser criado um clima de suspense até descobrirmos que Freddy era pedófilo (rarara!) e a ligação dos personagens que vão sendo picotados por ele, isso passa em branco se comparado ao clássico de 1984. Dá até vontade de chorar.

Vontade de chorar mesmo é saber que teremos a parte 2, já anunciada para 2012, e comandada pelo mesmo time de ‘gênios’’. Tai um bom motivo para o mundo acabar em 2012.

Termino com um pedido: mesmo que você já tenho visto o filme original, assista-o antes de ver esse remake. Vai sentir a diferença escabrosa e passar a odiar mortalmente Bay e sua corja de caça-niqueis, como eu odeio. Eles são verdadeiros serial-killers, serial-killers de grandes clássicos do cinema fantástico.

Eu gostaria de acordar de um pesadelo e descobrir que esse filme não foi feito.

Alguém ai me belisca?


Léo Castelo Branco

**
Ficha Técnica

Diretor: Samuel Bayer
Elenco: Jackie Earle Haley, Rooney Mara, Kyle Gallner, Katie Cassidy, Thomas Dekker, Kellan Lutz, Clancy Brown, Connie Britton.
Produção: Michael Bay, Andrew Form, Bradley Fuller
Roteiro: Eric Heisserer
Fotografia: Jeff Cutter
Trilha Sonora: Steve Jablonsky
Duração: 95 min.
Ano: 2010
País: EUA
Gênero: Terror
Cor: Colorido
Distribuidora: Warner Bros.
Estúdio: New Line Cinema /
*Platinum Dunes 
Classificação: 16 anos


quarta-feira, 12 de maio de 2010

Alice no País das Maravilhas (2010)


2010 começou já tem 5 meses.

E continuo a minha saga de pseudo-crítico de cinema. Sempre vendo a maioria de filmes possíveis e escrevendo alguns longos textos sobre eles (quando dá), o que realmente me traz um prazer imenso.
A proposta inicial desse blog era de falar (criticar, elogiar, meter o pau...) e abrir para a discussão filmes estranhos e trash. Ainda é, só que volta e meia me vejo obrigado a falar de grandes blockbusters de Hollywood. Sendo eles sempre as películas mais comentadas pela crítica e chamativas para o grande público, o que, na verdade, não importa. Porque quem entra aqui sabe que um bom filme vai além da bilheteria e das estrelas no elenco.
E claro que, quem me conhece, sabe que ainda não vi o aclamado “Avatar” (IDEM, EUA, 2009) e não foi por idealismo, pelo contrário, simplesmente não me interessou.
Nada no universo dos NAVI me chamou a atenção e não engulo essa história de consciência social (ambiental) do diretor James Cameron, para mim seus filmes são verdadeiras máquinas de fazer verdinhas, vide “Titanic” (IDEM, EUA, 1997).

Bom, talvez seja um pouco de idealismo sim.
Foda-se.
A única coisa que me interessou em "Avatar" foi a oportunidade de assistir pela primeira vez um filme em 3D no cinema, pois nem isso, nem todas as críticas positivas e o “up” do filme me fez pagar para vê-lo.
Quem sabe em vídeo, quem sabe um dia?
Quer um exemplo do contrário?
“Alice no País das Maravilhas” (Alice in Wonderland, EUA, 2010).

Logo quando o projeto foi anunciado, fiquei muito empolgado. Esperava ver uma versão mais adulta e trabalhada dessa fantasia. E acreditava que Tim Burton poderia transformar esse “clássico” num “belo clássico” ao seu estilo “burtonístico”, tudo isso sem falar nas belas imagens dos personagens pingando pela Internet, antes do filme ser lançado. E olha lá: também poderia ver finalmente meu primeiro filme 3D no cinema.
Tudo lindo?
Nem tanto.
Acho que com toda empolgação esqueci que Tim Burton tem feito filmes (na minha opinião) muito iguais e que cansam. Nada contra Burton, respeito seu trabalho. Particularmente gosto da sua visão do homem-morcego e de “Noiva Cadáver” (Corpse Bride, EUA, 2005) outro belo filme com uma temática gótica.

Pois bem, em Alice imaginei algo diferente. Até pela responsabilidade de ter uma obra dessas nas mãos e tudo que circula à sua volta. Faltou química entre os atores, o roteiro é básico demais e os únicos aspectos que se salvam são: o Pais das Maravilhas, os figurinos de Alice e os efeitos especiais.
Ah, o 3D também, com ele o filme fica ainda mais vivo. Impressionante! Realmente realçaram as cores psicodélicas da fotografia.
Mas o que ficou no ar, foi que faltou algo. Ou “algos”.
Faltou ou repetiu?
Jonhny Depp e Helena Bonhan no elenco, a trilha sonora executada por Danny Elfman e todo aquele universo gótico, apesar de ser um dos filmes mais coloridos que eu já vi, nesse ponto Burton é genial. Consegue impor o obscuro até mesmo na maior das claridades.
Acho que faltou e repetiu.
Faltou criatividade e repetiu-se o estilo “burtonístico”.
Mas insisto em afirmar visualmente: Alice é impecável!

Léo Castelo Branco
**
Ficha Técnica
Diretor: Tim Burton
Elenco: Mia Wasikowska, Johnny Depp, Michael Sheen, Anne Hathaway, Helena Bonham Carter, Matt Lucas, Alan Rickman, Christopher Lee, Crispin Glover, Stephen Fry
Produção: Richard Zanuck, Joe Roth, Jennifer e Suzanne Todd
Roteiro: Linda Woolverton
Fotografia: Dariusz Wolski
Ano: 2010
País: EUA
Gênero: Fantasia
Cor: Colorido
Distribuidora: Disney
Classificação: 10 anos

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