GROUNDHOG DAY
Direção: Harold Hamis
EUA, 1993
Para celebrar a volta do blog, escolhi uma obra que já estava precisando rever há algum tempo e que tem lugar cativo na minha memória cinematográfica. Trate-se de um filme que quem já viu, certamente guarda uma boa lembrança, nem que seja lá no fundo do cérebro.
“O Feitiço do Tempo” (Groundhog Day) é uma película que de tão despretensiosa se torna inesquecível. Porquê? Explico com prazer. A direção assinada pelo ex-Caça Fantasmas Harold Ramis se diferencia, pois não vemos nenhum “vício” de diretor na tela.
Comparado com o que assistimos hoje, esse filme parece até que não é dirigido por ninguém, ele simplesmente nasceu, tinha que acontecer. É aquele caso raro de simples, porém genial.
De quebra ainda temos o sempre versátil Bill Murray (também ex-Caça Fantasma) em uma atuação primorosa. E quem acha que ele só virou bom ator depois de velho é porque nunca viu esse filme.
A história é simples e, como já disse, despretensiosa. O repórter climático de uma emissora de médio porte, Phil Connors (Murray), é enviado para uma pequena cidade onde deve cobrir uma festa local, o Dia da Marmota (daí o título original).
Após cobrir o evento há 2 anos, ele não esconde sua frustração em fazer serviço pela terceira vez. Até que algo mágico acontece: os dias e as situações estão se repetindo. Sempre que ele acorda é o mesmo dia de novo, o da festa da marmota.
Durante essa introdução, conhecemos Phil e sua indisfarçável arrogância e má vontade, sua doce produtora Rita (Andie MacDowel) e o câmera man Larry (o sempre animado Chris Elliot).
A partir daí tem início a melhor parte do filme. Depois que percebe que está preso todo dia no mesmo dia, Phil vive um misto das mais diferentes sensações. Surpresa, irritação, raiva, angústia e até prazer. Tudo, sempre, com muito humor.
Não demora o repórter ranzinza se encanta por sua produtora, Rita. O problema é que ele só tem um dia para conquistá-la, portanto se desdobra e começa a dedicar todos os momentos para tal missão.
A entrega e a atuação de Murray são geniais. A transformação do personagem (de arrogante para bom moço) é algo fora do comum quando o assunto é comédia romântica made in USA.
Já a bonitinha Andie MacDowel está na sua melhor atuação, pelo menos falando dos filmes que vi dela, que são poucos.
O argumento da história não se baseia em vodu ou magia para explicar o feito, muito pelo contrário. Mas não vou revelar o “segredo” para não estragar a surpresa de quem é de outro planeta e ainda não viu essa novela primorosa sobre a vida privada.
“O Feitiço do Tempo” é o clássico exemplo de filme que não envelhece, mesmo sendo reprisado no Intercine mais de 1.000.000 de vezes. Ele fica na memória de quem assiste, vindo à tona e sendo lembrado várias vezes durante toda a vida.
Um estudo sobre crescimento e as mudanças que o amor pode trazer na vida de uma pessoa; é isso que essa mágica película representa. E o melhor: fugindo do conceito americano de romance.
Abordar o tema com humor e fazer bonito é tarefa complicada. Ponto para o diretor Harold Ramis, que aqui cumpre sua missão com êxito.