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quinta-feira, 29 de abril de 2010

Pequenas críticas, grandes filmes


Amigos e amigas, devido ao último post e todas as lembranças nostálgicas dos anos 90, resolvi dedicar uma parte desse insignificante blog para algumas das relíquias da época. Então, peguei um dia para rever 4 grandes filmes do período. Escrevi pequenas resenhas sobre cada um deles e já adianto que podem repetir a minha sessão porque rir é o melhor remédio!

Preferi falar apenas do começo há metade da década, pois os filmes desse período me agradam muito mais e realmente já estava na hora de revê-los. Esses aí marcaram época para mim.
Risada é o que realmente não vai faltar...
A eles...



“Billy Madison – Um Herdeiro Bobalhão” ( Billy Madison, EUA, 1995)


No post passado citei alguns atores que estouraram na década passada pois bem, tive o prazer de rever esse filme bem engraçado capaz de causar boas risadas e o que me impressionou foi descobrir ( era novo quando vi esse filme) que Sandler assina o roteiro junto com o parceiro Tim Hearly, juntos eles escreveram a 4 mãos outros filmes como o engraçado “Um Maluco no golfe” ( Happy Gilmore, EUA, 1996) e o nem tanto “Little Nicky” (Idem, EUA, 2000).

Voltando ao Herdeiro bobalhão (mais uma péssima tradução brasileira, meu povo!!), o filme só podia ter a mão de Sandler na produção porque é feito na medida de seus personagens, principalmente como se sagrou no Saturday Nigth Live da NBC, caretas e vozes bizarras em atitudes hilariantes. Humor insano, isso soa bonito não!?

A história começa quando Billy Madison o filho de um dono de uma grande rede hotéis, Brain Madison (Darrem McGavin) é desprovido de seu pai de tocar o negócio da família, simplesmente porque ele é um completo idiota que só quer saber de farra com os amigos e revistas pornô, e o pior é que a empresa vai parar mãos do ganancioso Eric Gordon (Bradley Whitford), o qual o herdeiro odeia. Billy volta para refazer todas as séries (desde o jardim de infância), cada uma em duas semanas, para mostrar ao seu velho pai que não é “burro” e poder comandar os negócios da família.

O filme conta ainda com a linda Bridgette Wilson de par romântico de Sandler, sempre uma beleza que vale a pena conferir e ainda Chris Farley (outro hilário comediante da época, infelizmente morto no ano 1997) no papel de um cômico motorista escolar , juntamente com o show de Sandler que faz o que quer e nos diverte nesse filme que o lançou definitivamente para o sucesso.


- Jamaica Abaixo de Zero ( Cool Runnings, EUA, 1993)

Realmente me surpreendeu rever esse filme. Bonito, sincero e com uma bela mensagem contra o preconceito como pano de fundo. Sem falar que é uma das últimas atuações do mestre Jonh Candy (falecido precocemente em 1994), sempre com seu carisma hospitaleiro e no papel de quem a vida vem para dar uma lição.

Baseado numa história real, sobre uma incomum pretensão, formação e treinamento de uma equipe jamaicana de Bobsled (espécie de esporte de neve em que deve-se andar com um trenó especial numa rápida pista de gelo) que deseja - e consegue - participar das Olimpíadas de Inverno de 1988.
Produzido por ninguém menos que a Walt Disney, reprisado muita vezes pela Globo na clássica Sessão da Tarde, essa comédia tem o poder de ser emocionante em diversos momentos, a película realmente prende a atenção e você torce pelo sucesso do time Jamaicano, tem algo que cativa.

Jonh Candy é a estrela com seu jeito bonachão, Doug E. Doug está impossível como o Rastafari Sanka.
Uma sessão da tarde de luxo.


- Marte Ataca ( Mars Attack, EUA, 1996)
Uma divertida paródia aos filmes de ficção cientifica, principalmente aqueles primórdios dos anos 50, esse projeto de Tim Burton (sempre maluco e genial) também foi visto por muitos como uma sátira aos filmes-catástrofe que saiam na época, com “Independence Day” ( Idem, EUA,1996), já que Marte Ataca trata a invasão de extraterrestres ao planeta terra de maneira cômica, exatamente na linha contrária dos filmes-catástrofe.
Os efeitos especiais e a trilha sonora são propositalmente precários, os marcianos têm um “design” um tanto quanto peculiar, parecem vindos direto de um HQ. Não por acaso “Marte Ataca” foi inspirado numa revista em quadrinhos de mesmo nome, que como você já deveria saber nunca foi e, nunca será lançado por aqui.
O clima de ficção cientifica barata e a não-pretensão desse projeto que é um grande filme, com um grande elenco, porém não tem ambição em nenhum momento, a não ser a de ser um simplório filme B.
Isso mesmo!
E você já viu um filme B com Jack Nicholson, Michael J. Fox, Glenn Close, Pierce Brosnan e Sarah Jessica Parker?
Não que esse filme seja B, mas se não é B é uma grande homenagem a eles.
Burton mais criativo do que nunca aproveita também para fazer uma paródia ao “american way of life” há começar da casa branca. O presidente (Jack Nicholson) é um banana, a primeira dama (Glenn Close) é uma mulher fútil que só pensa nas roupas que usa. E os dois estão únicos.
E tem mais...
Os militares são uns alienados (diferente dos heróis de guerra de Independence Day) e só pensam em ganhar medalhas, já imprensa é representada como tal: suja e facilmente maleável.
Vale cada minuto de exibição.


- Meu sobrinho é um terror ( Clifford, EUA, 1994)

Deixei o melhor da sessão para o final. Esse filme verdadeiramente marcou minha infância, uma comédia de humor negro espetacular, não existe outro adjetivo para descrevê-la.
Assim como Sandler, Martin Short, que aqui interpreta Clifford começou no Saturday Night Live, aliás, esteve lá por um longo período (1984-2006). Pois é, Short tem a cara do humor escarrado dos anos 90, não entendo como não fez mais sucesso como Carrey ou Sandler.

Não posso deixar de falar também de Charles Grodin que faz o tio neurótico do menino endiabrado. Os produtores de Clifford com certeza viram “Beethoven, O magnífico” (Beethoven, EUA, 1992) 2 anos antes, porque aqui o papel é praticamente o mesmo, um homem de meia idade a beira de um colapso, só que invés de pirar por causa de cachorro, ele perde o senso por causa do seu sobrinho de 10 anos.


Os pais de Clifford (interpretados por Richard Kind e Jennifer Savidge) já estão putos da vida e querem simplesmente matar o garoto e não é pra menos. Logo nos 10 primeiros minutos do filme ele já: acordou seu pai enfiando seu pequeno dinossauro no seu nariz e fez um avião pousar em Los Angeles porque ele está fascinado por um parque de dinossauros que tem na cidade.
É aí que entra o Tio Martin (Charles Grodin). O pai do garoto tem uma reunião em São Francisco e com medo que o moleque arrume mais confusão ele liga para o seu irmão pedindo que fique com Cliff no final de semana. Programão, hein?

Tio Martin quer impressionar a linda Sarah Davis (Mary Steenburgen). Ela quer ter filhos e Martin vê a oportunidade perfeita para provar que pode se dar muito bem com crianças.

Só que Clifford vai fazer qualquer coisa para ir ao tal parque. É ver para crer.

Um filme totalmente sem escrúpulos, que chega a chocar. Martin Short e Grodin formam a dupla perfeita: o pequeno doente e o tio que aos poucos enlouquece com as peripécias do sobrinho, os ingredientes perfeitos para uma boa dose de risadas.
Espetacular!

segunda-feira, 26 de abril de 2010

O Peste (1997)


" Máfia escocesa, um malaco latino, um alemão nazista e uma caçada humana com muita grana em jogo... uma boa ideia, porém mal executada.”

Ah, o humor do cinema do anos 90... a década que começou com comédias pouco (ou nada) engraçadas como “Edward Mãos de Tesoura” (Edward Scissorhands, EUA, 1990) e “Uma Linda Mulher” (Pretty Woman, EUA, 1990), filmes feitos como o único intuito de lucrar, que vieram no embalo dos anos 80, mas não chegando nem perto de filmes do final da década anterior como “Os Fantasmas de divertem” (Beetlejuice,EUA,1988) um filmaço de Tim Burton que mescla vários elementos do humor, e tendo um tema que bem trabalhado como foi, vira um bom entretenimento e ainda pode render um bom lucro aos produtores (sanguinários e capitalistas).

O que foi feito para tentar inovar (e não deu certo), ou as histórias românticas colegiais que se eternizaram no anos 80 (e voltaram nos 90) chegou a um certo limite. Então começam a aparecer produções interessantes, como “Quanto mais idiota melhor” ( Wayne’s World, EUA, 1992) e sua divertidíssima continuação “Quanto mais idiota melhor 2” ( Waine’s World, EUA, 1993): um filme baseado num esquete do programa "Saturday Nigth Live", da NBC, que levou Mike Myers direto à fama, nos apresentou um humor junkie, o qual jamais havia sido visto. E esses dois filmes ganharão um post aqui no Estranhezas Cinematográficas em breve.

Em 1993 também vimos coisas boas como “ A Família Buscapé” ( The Beverly Hillbillies, EUA, 1993) uma autêntica gozação ao "american way of life". O que falar então do surgimento de Jim Carrey? Em 1994, com “O Máscara” ( The Mask, EUA, 1994), o personagem Stanley Ipkiss e seu cachorro Milo viraram até desenho depois do sucesso do filme. E é bom lembrar que, antes mesmo do “Máscara”, e no mesmo ano de 1994, Jim Carrey fez o excelente “Ace Ventura – Detetive de Animais “ (Ace Venture, pet detective, EUA, 1994), uma das melhores comédias da década que ganhou uma continuação, também esplêndida.
Outro ator cômico que se consagraria na metade da década de 90, não muito longe dali, no ano de 1995, foi o hoje rei-do-blockbuster Adam Sandler. Com “Billy Madison- Um herdeiro bobalhão” –diga-se de passagem horrível o título nacional- ( Billy Madison, EUA, 1995) o modelo paspalhão estava de volta, agora ao extremo. O próprio Sandler participou do filme "Cônicos e Cômicos" ( Coneheads, EUA, 1993) e “Os Cabeça de Vento” (Airheads,EUA, 1994), primores da década.

Depois de uma breve prévia de um pouco das comédias da década vamos ao ponto central desse artigo que é sobre um filme com uma ideia boa, porém mal executada: o bizarro “O Peste” ( The Pest, EUA, 1997) dirigido por Paul Miller é um adaptação do conto "The Most Dangerous Game" de Richard Connell.
Miller é péssimo. O roteiro que deixa a desejar da primeira fala ao último crédito. Aí fica difícil, fazia tempo que eu não via um filme e pensava “que filme forçado!”, pois bem foi o que eu pensei.

E vamos a ele...
Um alemão nazista querendo caçar um latino que, se sobreviver 24 horas, vai ganhar US$ 50 mil. E o mesmo latino deve os mesmos US$ 50 mil à máfia escocesa (!!!). Parece um enredo que pode dar liga, ainda mais dado o gênero de comédias escatológicas da segunda metade dos anos 90? Acho que sim, mas não é o que acontece, o filme é apelativo demais ( temos cenas de uma cagada sonora na mata, vômitos, hormônio do sexo e muito mais para fazer o espectador esquecer o roteiro pífio e se deixar levar pelo bizarro modelo imposto pelas lentes de Miller).



Portanto, se você procura algo sensato e bem elaborado num filme, você vai odiar esse.

Pestario Vargas o “Pest” (Jonh Leguizamo, chega a arrancar umas risadas, poucas.) é um malaco latino (bem estereótipo, vestindo sempre jaquetas "Sport" da Nike, aquelas que parecem compradas na 25 de março.) que vive de pequenos golpes e sua família insiste que ele vá pelo “caminho certo”. Ele namora Xantha (Tammy

Townsend) e está sempre na companhia de seus amigos (estereótipos) Ninja ( Freddy Rodriguez) e o negro estilo rapper, um tipo que começou a aparecer muito em comédias desde então, Chubby (Aries Spears).


Gustav Skank ( Jeffrey Jones, já teve momentos melhores, mas também arranca mínimas risadas e só) coleciona cabeças empalhadas de homens de todo mundo, o único exemplar que falta em sua coleção é um latino. Num evento popular ele procura sua última vítima, então indica à distância para seu capanga Angus ( Charles Hallahan) o exemplar ideal, só que o capanga se confunde e acha que Pest é o cara, no típico clichê.

Pest também tem um emprego como entregador de comida chinesa, então Gustav faz um pedido e advinha quem vai entregar? Informado por Angus sobre os problemas de Pest com a máfia escocesa, ele oferece ao latino uma bolsa em uma faculdade no valor de US$ 50 mil, o nosso latino-man topa na hora. Só que antes de receber a grana ele vai ter de participar de uma caçada no fim de semana, só que ele ainda não sabe que ele mesmo é a caça.

Até aí eu ainda pensava: “ ele vai caçar o cara, vamos rir um pouco e depois dormir porque amanhã é um novo dia”. Errado, o roteiro daí para frente só fica cada vez mais apelativo e com cenas desnecessárias e mais apelação. Salvo algumas caras e bocas de Leguizamo, alguns trejeitos de Jeffrey Jones que valem pelo menos meio ingresso.


Concluindo...
A ideia mal aproveitada em Pest era o fim de uma era. No final dos anos 90 vierem filmes modernosos e metidos a diferentes como “Quem vai ficar com Mary?” (There's Something About Mary, EUA, 1998) um filminho até que divertido sobre as relações humanas, onde não vejo nada de inovador, é apenas engraçadinho, o mesmo digo de “Shakespeare Apaixonado” (Shakespeare in Love, EUA, 1998), por incrível que parece ganhou o Oscar de melhor filme (!!!) e ainda melhor atriz (Gwyneth Paltrow), melhor atriz coadjuvante (Judi Dench), melhor direção de arte, melhor figurino, melhor trilha sonora de comédia/musical, melhor roteiro original. Filminho engraçadinho, nada mais.

O Pest, pelo menos, não veio com o intuito de ser diferente e modernoso e, sim, bizarro e cheio de piadas absurdas. Chega a dar saudade do meio dos anos 90, um cinema verdadeiramente sem escrúpulos e que, dada a sua ruindade (leia-se genialidade) me atrai muito mais que filminhos engraçadinhos.




Léo Castelo Branco

**

Ficha Técnica

Direção: Paul Miller
Roteiro: David Bar Katz (história e roteiro), John Leguizamo (história)
Gênero: Comédia
Origem: Estados Unidos
Duração: 84 minutos
Elenco : John Leguizamo (Pestario 'Peste' Vargas), Jeffrey Jones (Gustav) Edoardo Ballerini(Himmel)

sábado, 24 de abril de 2010

Natal Sangrento (1984)


Mais um slasher dos gloriosos anos 80. Nada diferente, só o fato do assassino se vestir de Papai-Noel, de resto temos alguma nudez gratuita e os velhos clichês de sempre.
O que é sim muito divertido.

Realizado em 1984 esse filme bebe na fonte de Sexta-Feira 13 e diversos outros slasher’s da época. Ao ser lançado, causou muita polêmica por mostrar o bom velinho como um ser macabro. Para as crianças da época devia ser de borrar as cuecas, definitivamente.

Estamos em 1971, véspera de natal. O pequeno Billy Chapman (Danny Wagner) está ansioso para chegada do Papai-Noel, ele, seu irmãozinho e seus pais estão indo visitar o vovô no asilo, e pela trilha sonora natalina e a neve da paisagem já sabemos que estamos na época mais feliz do ano.

Será?

As coisas mudariam tragicamente para Billy naquele dia...

O seu avô não fala nada, simplesmente vive em estado vegetativo, deixando a família Chapman preocupada, o vovô está a cada dia pior.
Oh, céus..

Os pais e o irmãozinho saem de cena para falar com os médicos deixando Billy a sós com vovô e, por incrível que parece ele começa a falar. Com trejeitos aterrorizantes e uma cara carrancuda ele diz ao neto que se ele foi um mau menino o Papai-Noel vai vir cobrar, pois ele só agradada os meninos que foram bons o ano todo.

O garoto deve ter se cagado ali mesmo, porém o que estava por vir era muito pior...

Os pais do garoto e o irmãozinho retornam, e olha lá o vovô voltou a estado vegetativo.

Billy e família vão para casa e o garotinho começa a questionar sobre a bondade do bom velinho, será ele uma força do mal?

Onde estaria ele agora?

Assaltando uma loja.
Isso mesmo!

Ele mata o caixa por míseros 32 paus, mostrando que o bom velinho é verdadeiro filho da puta e tem dó não.

Cena seguinte...

Billy e sua família na estrada avistam o Papai-Noel (aquele mesmo fdp) com o carro parado e sinalizando para eles pararem, se Billy ainda não se cagou ainda essa é hora.

O pai para o carro mesmo contra a vontade do menino, e o pior acontece...


Aparentemente, o mau velhinho não quer roubar nada. Ele simplesmente mete uma bala nos cornos do papai, arranca a mamãe do carro e tenta estrupá-la só que ela não quer cooperar, então ele decida simplesmente matá-la cortando sua garganta, Billy corre em direção a uns arbustos (sem ligar pro irmãozinho). Escondido ele ainda vê o papai-noel com sua faca suja de sangue blasfemar e o xingar, para então desistir de procurá-lo e fugir.

O irmãozinho também sobreviveu.

Os dois crescem num orfanato.



No núcleo do orfanato temos a Madre Superior (Lilyan Chauvin) muito severa e sempre pronta para castigar, aquela figura que causa medo e arrepio em qualquer criancinha e com Billy não foi diferente, ele deve ter se borrado muitas vezes. Para sorte dele existe a irmã Margareth (Gilmer Mccornick) que está, ao contrário da Madre Superior, querendo ajudar o garoto Billy ao invés de castigá-lo a cada probleminha.



Na primeira metade do filme, vemos o perfil psicopata sendo formado. Billy tem pesadelos e faz desenhos do Papai-Noel armado com facas e animais sem cabeça, a Madre Superior até tenta força-lo a sentar no colo do bom velinho, mas Billy da um saco e nocauteia o velhote, é ver para crer.

Passam-se 15 primaveras...

Graças a irmã Magareth, Billy ( agora interpretado por Robert Brain Wilson) consegue um emprego numa loja de utensílios em geral. No começo tudo vai bem, até o natal se aproximar e o passado começar a voltar nas lembranças do jovem Billy... para piorar o seu chefe o obriga a vestir-se com trajes natalinos.

Pronto.
O psicopata está formado e para a matança começar é questão de tempo.

Daí pra frente a história é bem previsível e não foge a cartilha.
Seios, sangue e mortes.

E Papai-Noel matando e matando e matando.
O que é sim muito divertido.

Léo Castelo Branco

**

Ficha Técnica

Nome: Natal Sagrento (Silent Night, Deadly night)
Diretor: Charles E. Sellier Jr.
Roteiristas: Paul Caimi, Michael Hickey
Elenco: Lilyan Chauvin, Gilmer McCormick, Toni Hero, Robert Brian Wilson

terça-feira, 20 de abril de 2010

Vertigem (2009)




Esse fim de semana navegava eu em uma das diversas comunidades para downloads de filmes na Internet me deparei com uma cópia do slasher Francês “Vertigem” ( Vertige, França, 2009), a qual eu já estava atrás faz um bom tempo, apesar de ter sido lançado em DVD por aqui ( milagre!) na minha cidade não encontrei nem rastro.

Como o assunto dos slasher’s foi bem explorado pelo post interior, volto a por o dedo na ferida só que agora é diferente: passaram-se 20 anos dos anos 80 e o filme em questão é francês, fato que nos tira do eixo dos filmes americanos e possibilita ao espectador degustar outra cultura-cinematográfica.

Gostei muito do que vi.

O filme tem grandes momentos de suspense, algumas cenas são claustrofóbicas e se você estiver esparramado no sofá vai se ajeitar e não perder um segundo desse thriller alucinante.

A trama é aquele feijão com arroz de sempre...

“Um grupo de amigos em férias decide se aventurar em uma trilha no alto das montanhas que está fechada. No meio da escalada, eles descobrem que a subida é mais perigosa do que o previsto, principalmente porque logo percebem que não estão sozinhos. A partir desse momento, o que era para ser uma aventura radical se transforma em um terrível pesadelo...”

O assassino em si é um dos piores da história do cinema, o filme é muito melhor até ele aparecer o que deixa o clima menos “claustrofóbico” e mais “americanizado” digamos assim.

Traduzindo: o assassino estragou o suspense, não o filme.

Esse tem momentos gloriosos...

Nos primeiros 40 minutos é puro suspense e as cenas de escalada são de arrepiar para quem tem medo ou qualquer tipo de problema com altura e se você não tem vai sentir um pouco da “vertigem” que o filme tenta passar.

Em um momento em particular, os alpinistas tem de atravessar uma ponte de madeira que está só o cacareco, aos passos curtos os personagem atravessam um a um, numa cena longa em que o diretor Abel Ferry aproveita bem os takes que privilegiam a alta tensão e o temor na expressão dos alpinistas.

Depois que assassino surge, começam as banalidades comuns do gênero, mas não vou dar mais detalhes para não estragar a surpresa.

No entanto...

Vertigem é um filme vibrante, cheio de suspense e francês.
Os fãs do gênero vão gostar.

Léo Castelo Branco

**
Ficha Técnica

Titulo Original: Vertige
Título Traduzido: Vertigem
Gênero: Suspense
Duração: 90min
Diretor: Abel Ferry
Ano de Lançamento: 2009







sexta-feira, 9 de abril de 2010

The Slumber Party Massacre (1982)



“Um maníaco com uma furadeira, nudez e muito sangue... Ah, os anos 80...”

Você lê o título e o ano em que esse filme foi feito e já pensa automaticamente ser mais um do amontoado de filmes slasher’s que vieram na onda Sexta-Feira 13 no começo dos anos 80. Aquele do assassino indestrutível, dos gritos, do sangue e cabeças rolando a película inteira. Está certo. Mas só pelo fato desse ser um filme de horror produzido e dirigido por Amy Holden (uma mulher!), já merece no mínimo ser discutido, diferente de suas continuações (com exceção da parte 2 que é bem trash-engraçada) que são péssimas.

É difícil ver uma mulher produzindo, quanto mais dirigindo um filme do gênero. Aqui temos os dois exemplos. E tem mais um: o roteiro é assinado por Rita Mae Brown outra mulher, que para quem não sabe é uma escritora de histórias de mistérios com uma tendência feminista, seus romances geralmente tem lesbianismo e muito fetishe. Picante, né? Um slasher feito com um toque feminino, pois já saiba de bate-pronto que não tenta a nenhum instante ser bonitinho. Pelo contrário.



Em Slumber Party Massacre (no Brasil traduzido como “O Massacre”)  não temos nada de lesbianismo, tem sim muita nudez gratuita e muito sangue digno de um slasher movie que tem 11 mortes em 76 minutos de duração.  Haja fôlego!

O filme começa em velocidade-máxima, com créditos iniciais numa trilha sonora perturbadora que permanece ao logo de quase todo filme, algumas vezes mudando a música, porém mantendo-se sempre aterrorizante e seqüencial.



Na primeira cena vemos um garoto de bicicleta entregando os jornais nas casas com a manchete que anuncia que o loco assassino Russ Thorn ( Michel Villella) fugiu do manicômio, só que a principio ninguém liga ( vide cartilha slasher). Na seqüência conhecemos Trish Devereaux (Michelle Michaels) e seus pais que estão indo passar o fim de semana fora, deixando a casa só para ela, para melhorar (leia-se esquentar) as coisas ela chama as amigas para uma “festa do pijama” naquela noite.

Desde o início o psicopata da furadeira está sempre presente, causando algum frisson de suspense. Nos primeiros minutos ele já mata uma garota e rouba o seu furgão próximo a escola de Trish para depois observar atentamente de dentro do veículo as suas próximas vítimas passarem, escutando elas próprias se sentenciarem falando sobre a festa na casa de Trish  ( numa cena que me lembrou os antigos filmes de espionagem)... Certamente ele estará presente nessa farra e sua furadeira também, mas não sem antes matar a garotinha que esqueceu seus livros na escola onde todo mundo já foi embora...



Tudo é rápido DEMAIS, o que é um defeito dado ao pequeno orçamento de 250 mil U$$, mas temos também diálogos divertidíssimos e até uma referencia a série de horror “Além da Imaginação” Red Serling quando as garotas cantam a música de abertura da série.

Outro defeito é o abuso do bom e velho “susto-fácil”,  pois depois de um começo com dois assassinatos brutais temos que agüentar quase 20 minutos de sustos previsíveis e diálogos sem sentido (um atrás do outro) que parecem estar ali apenas para encher lingüiça do roteiro, uma pena porque eu realmente esperava mais do roteiro escrito por Rita.

O filme segue e vemos Thorn que não abre a boca (só no final) apenas mata brutalmente com sua furadeira,  estraçalha e arrebenta os jovens que aparecem pelo caminho, tudo muito simples e sem mais delongas. Seguindo a cartilha da época.

Slumber Party Massacre é um filme divertido, se você encará-lo como tal, se levar em conta a época em que foi feito e para qual público. É uma película que se leva a sério até assustando algumas vezes quando foge do “susto-fácil” e nas fortes investidas da trilha sonora juntamente com o barulho da furadeira do assassino na carne dos pobres jovens, por outro lado é aquele tipo completamente previsível e que se você procurar falhas vai encontrar certamente.

Valeu ver uma mulher a frente de um trabalho tão sangrento, apesar de ficar aquela impressão que faltou um pouco mais de suspense, tudo é jogado na cara do espectador sem dó, o mesmo feijão com arroz de sempre, porém inferior aos mestres Jason, Leatherface e Michael Myers. Mas vale a diversão, afinal o filme tem todos os ingredientes de anos 80 e dos slasher’s movies.

Por fim ainda vejo esse filme com um certo charme. Feminino? Por que não...

Léo Castelo Branco



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O Massacre
(The Slumber Party Massacre, EUA, 1982)
Títulos Alternativos: Don't Open the Door / The Overnight Massacre / Sleepless Nights / The Slumber Party Murders / Slumberparty Massacre 
Diretora: Amy Holden Jones
Produtora: Amy Holden Jones
Roteiro: Rita Mae Brown
Elenco: Michelle Michaels, Robin Stille, Michael Villella, Debra Deliso
Trilha Sonora: Ralph Jones
Gênero: Comédia, Terror 
Duração: 77 min. 
Tipo: Longa-metragem / Colorido 

domingo, 4 de abril de 2010

Bubba Ho-Tep (2002)



Existem momentos que agradeço fortemente por ter Internet, pois sem ela não seria possível assistir a pérolas do Cinema-Cult-B. Fico pensando por que lançam merdas como “O Fada dos dentes” (Tooth Farty, EUA, 2010) e não lançam coisa simples e muito boas como “Bubba Ho-Tep” (Idem,EUA,2002)? Uma obra inovadora, engraçada e diferente do feijão com arroz do cinema americano que paira por aqui, isso não basta?

Se não, conheça a história...
Elvis (interpretado magistralmente por Bruce Campbell) não morreu. Ele está bem vivo, internado num asilo no Texas e com câncer no pênis. Quem morreu foi na verdade Sebastian Haff, um dos cover’s de Elvis com o qual o próprio quis trocar de identidade para voltar as “raízes”, tanto Haff quanto Elvis eram viciados em drogas. E para piorar nosso herói perdeu a única prova que ele é o verdadeiro Elvis Presley e agora depois da fama, sucesso e das drogas lhe restou um asilo e o câncer no pênis.

No mesmo asilo no Texas vive também JFK (Ossie Davis) que aqui é negro (hahaha), isso mesmo negro, mais deixo os porquês para você descobrir no filme onde tudo é muito bem explicado. Baixe legendado aqui (http://www.megaupload.com/?d=4CGU01XC).

JFK é único no asilo que acredita que Haff é o verdadeiro Elvis, e o presidente ainda descobre uma múmia (o Bubba Ho-Tep do título) que está sugando as almas dos velhinhos pelo ânus e juntos essa dupla está pronta para combatê-la! Um roteiro no mínimo curioso que fica ainda melhor com os diálogos dos protagonistas que são muito engraçados.

Campbell (o rei da trilogia “Evil Dead”) está num dos seus melhores papéis, para mim ele é um ser mítico, sempre em atuações brilhantes, hilárias e irreverentes. Aqui no papel do Rei do Rock como um astro decadente que tem a oportunidade de se redimir e se tornar um herói, numa sincera homenagem a Elvis Presley.

Ossie Davis (falecido em 2005) é a cereja do bolo. O JFK tem seu quarto decorado como a própria Casa Branca, dono de um carisma todo especial que ao contracenar com Elvis fica simplesmente perfeito e quem ganha é o publico premiado com cenas impagáveis.

Para quem não sabe Bubba Ho-Tep é uma adaptação do conto de Joe. R. Landale (famoso escritor de contos de horror) com roteiro e direção de Don Coscarelli (da série “Fantasma”) que na minha opinião tem aqui sua obra-prima e nos mostra que o cinema independente é mesmo a salvação do cinema.

Temos a oportunidade de ver Elvis como nunca imaginaríamos ver, num asilo e com seus pensamentos mais profundos e até sacanas, a película ainda conta com a sua narração. É um filme como você nunca viu antes, aquele filme que mesmo engraçado também tem seu drama e quando termina o espectador irá ficar refletindo depois.

Mais que recomendado, obrigatório!  

E obrigado Internet.



Léo Castelo Branco


**

Ficha Técnica

 BUBBA HO-TEP (Bubba Ho-Tep, Estados Unidos, 2002). 92 minutos 
Direção: Don Coscarelli
Roteiro: Don Coscarelli (baseado no conto de Joe R. Lansdale) 
Produção: Dac Coscarelli; Jason R. Savage
Produção Executiva: Don Coscarelli 
Fotografia: Adam Janeiro 
Figurino: Shelley Kay 
Efeitos Visuais: David Hartman 
Edição: Scott J. Gill, Donald Milne 
Desenhos de Produção: Daniel Vechionne 

 Maquiagem: Melanie A. Kay, Robert Kurtzman, Melanie Tooker 
Elenco: Bruce Campbell (Elvis Presley/Sebastian Haff), Ossie Davis (John F. "Jack" Kennedy), Ella Joyce (The Nurse), Heidi Marnhout (Callie), Bob Ivy (Bubba Ho-Tep), Reggie Bannister (Rest Home Administrator), Harrison Young (Bull Thomas) 

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Bastardos Inglórios (2009)




Você é daqueles caras que vasculha podreiras nas prateleiras empoeiradas da sua locadora? É daqueles doidões que vibram com cenas violentas? É maluco ao ponto de preferir filmes que primam pela estranheza, seja pelos seus personagens bizarros ou complexos, seja a história coadjuvante ou imprescindível? Gosta de comer besteiras baratas e ver filmes durante madrugadas, dias e noites adentro?


Então sinta-se em casa...
Começa aqui o blog "Estranhezas Cinematográficas" de Léo Castelo Branco, um espaço para discutir cinema estranho, cinema diferente ou diferente dentro do próprio usual, que seja. Postarei aqui algumas criticas e artigos mais detalhados com opiniões e expressões de blockbuster’s a pérolas da boca do lixo.

Então, vamos ao que interessa. O primeiro filme que lançarei discussão é um grande sucesso e não por isso deixa de ser divertidíssimo. Sei que muita gente aí gostou. Nada mais nada menos que o comentado blockbuster Bastardos Inglórios (Inglorious Bastards, EUA, 2009), o melhor filme de 2009, na minha singela opinião de mini-crítico!

Tarantino me surpreende a cada filme, nesse em questão, o que não me pegou foi a fuga do diretor da sua violência habitual (não sem nos dar o prazer de uma cena em que um soldado judeu estoura a cabeça de um nazista com taco de baseball), mas sim seus personagens ainda mais excêntricos e genuinamente únicos. Tarantino é isso: mulheres e violência em três idiomas.
E nós fãs agradecemos!

Como nada é perfeito e Tarantino também erra, o filme peca pela falta de ação (lê-se movimentação), são cenas de diálogos intermináveis, algumas durando até 10 longos minutos de sotaques misturados e amarrados (!!!), enfim fora isso, o filme é espetacular! Coisa fina, e de Tarantino eu me recuso a esperar outra coisa. Me deliciei com o novo filme do diretor, realmente valeu a pena esperar.

Brad Pitt está em uma das suas melhor atuações como o Tenete Aldo Raine, cômico e carregado o anti-héroi está impecável. Cristolph Waltz interpreta o coronel nazista Hans Lada, no papel que lhe valeu o Oscar, diga-se da passagem. Enfim o elenco é primoroso, apesar de pouco conhecido do grande público, juntamente com um roteiro redondo que misturado a tudo isso tem um ótimo resultado: Tarantino brincando com a história real.

Indispensável para você fã de Tarantino, esse filme é diferente do seu estilo habitual, e particularmente me impressionou essa ousadia, Quentin sabe chocar como poucos, e para falar a verdade a história real poderia ser como no filme. O final é de entrar para dentro da poltrona, fantástico! Ainda mais para um fã do trabalho do diretor.

As 2 horas e meia passam sem cansar o espectador e apesar das longas cenas, aquelas com longos diálogos em italiano ou alemão, mesmos essas são recheadas de descobertas da qual se você ainda não viu, ficará ligado, vidrado eu diria. Acho que valeu a falta de violência desse inovador Tarantino, pra falar a verdade o filme conseguiu me surpreender, não que esperasse mais, esperava sim algo diferente.
E foi na mosca.

Léo Castelo Branco.

**
Ficha Técnica


Filme: Inglorious Basterds
Direção: Quentin Tarantino
Roteiro: Quentin Tarantino
Elenco: Brad Pitt, Shosanna Dreyfus, Christoph Waltz, Eli Roth
Gênero: Ação, Aventura, Drama, mais...
Duração: 153 min.
Tipo: Longa-metragem / Colorido
Prêmios: Vencedor de 1 Oscar
Distribuidora(s): Universal Pictures do Brasil
Produtora(s): Universal Pictures, The Weinstein Company, A Band Apart, Zehnte Babelsberg

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