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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Curtinhas de Léo Castelo Branco - Parte 3 - A volta




Os Mercenários (The Expendables,EUA,2010)

Stallone em plena forma+viagem no tempo+nostalgia boa= Um autêntico FILME PRA MACHO!

Quando surgiram os créditos inicias e os nomes de peso do cinema de ação pipocando na tela me senti aliviado, pois era o sinal que minha ansiedade estava para acabar. Como muitos, esperei bastante para ver o resultado dessa união de testosterona, e aguardava um verdadeiro FILME PRA MACHO!!! As críticas por aí estão muito divididas, alguns amaram outros odiaram. Eu gostei. O filme cumpriu com êxito seu objetivo que era entrar na máquina do tempo e reviver aquele velho cinema de ação dos anos 80. Explosões de exércitos inteiros, piadinhas sem graça (tão sem graças que se tornam hilárias!!), resgate da mocinha revolucionária, um traidor dentro da equipe, um malvado ditador latino americano e bala pra tudo quanto é lado!!! Está tudo lá, dentro de um roteiro pífio que beira o ridículo, mas história pra que? Com um time desses a diversão está garantida. O filme ri de si mesmo, se leva na brincadeira, e é ai que está a graça toda da coisa. A cena em que temos Bruce Willis, Stallone e Arnold Schwarzenegger reunidos é impagável e de total improviso, mas o filme reserva surpresas muito melhores e dignas de uma imensa nostalgia. Que saudade de filmes como “Duro de Matar”, “Comando para Matar”, “Rambo – Programado para matar”, “Máquina Mortifera” e “Robocop”. Em “Os Mercenários” o humor é evidente, mas o que me invadiu mesmo e vale ressaltar, foi a nostalgia, que falta fazem os filmes de ação de um tempo pré-CGI, depois dos efeitos especiais parece que os cineastas, em grande parte, se tornaram mais preguiçosos e passaram a valorizar menos o talento humano. Outro fato que o espectador deve notar é que "Os Mercenários" é de Stallone e Jason Stahan, o resto do elenco são coadjuvantes de luxo que aparecem nas horas certas, devidamente armados até os dentes ou com golpes e malabarismos cheios de estilo. O destaque especial fica para Terry Crews, o ex jogador de futebol americano se superou em uma de suas melhores atuações, que com certeza deve abrir as portas para ele no cinema de ação. Apesar de serem estilos diferentes, acho Crews muito mais carismático que Stahan que ficou com o "papel principal". Os defeitos existem. O principal deles é a falta de mortes, principalmente dos atores do alto escalão, também é estranho todas as estrelas estarem no mesmo time, com uma exceção que não é tão exceção assim - quem não viu vai descobrir. Mas somando tudo valeu esperar esse legítimo FILME PRA MACHO, ele chegou onde queria. E para os que não gostaram, encarem a vida com mais bom humor!!

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JVCD (Idem,França,2008)
Um novo Van Damme+Belíssima fotografia+Desabafo= um filme inimaginável

Surpreendente! Esse é o adjetivo para descrever o belga Jean-Claude Van Damme numa atuação nunca antes vista, vivendo ele mesmo. Isso mesmo. A história mostra a decadência do ator refletida no seu cansaço, forma física e em sérios problemas como a perda da guarda da sua filha. Portador de uma fotografia cinzenta, muitas vezes incolor, ”JVCD” é um drama forte e com personalidade do começo ao fim. Já imaginou Van Damme num filme assim? Nem eu. O resultado dessa “loucura” é sublime e se você não gostar, vai pelo menos ver uma obra completamente diferente de todas que o mestre do filmes de pancada já encarnou e só por isso “JVCD” já vale a exibição. Outro ponto forte do filme é poder ver e até sentir o descontentamento de Van Damme com a mídia em geral. Em um certo momento ele faz uma oração e seu corpo se eleva como num sonho, então Jean-Claude desabafa e derrama lágrimas que, com certeza, são sinceras e verdadeiras. Ele fala sobre tudo que já citei e mais um pouco. Essa cena ficou martelando na minha cabeça depois que a sessão acabou, quem diria que o astro de filmes como “Timecop” (“Guardião do Tempo” no Brasil) e “Grande Dragão Branco”, obras essas com grande aceitação popular e exibidas exatas 4300.857 vezes na TV aberta estrelaria uma película tão próxima da realidade como essa. Em uma frase: eu não perderia se fosse você!

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Cloverfield – Monstro (Cloverfield,EUA,2008)
Caos+medo+gritaria= Mais do mesmo

Ainda não entendi por que tanto barulho por esse “disaster-movie”, com elementos já usados anteriormente em “Cannibal Holocaust” e copiado descaradamente em “A Bruxa de Blair”. A mistura desses gêneros sob a ótica do diretor Matt Reeves não me agradou e apesar de todo marketing viral feito antes do lançamento do filme em 2008, só resolvi vê-lo agora e ainda pela coincidência de encontrá-lo passando em um canal de TV a cabo. Não me arrependi. A obra é um amontoado de gritaria, caos, medo e...mais gritaria. Tudo isso registrado por uma pequena câmera portátil, assim como já vimos em outros filmes do gênero, só que agora o terror atinge toda a Big Apple e temos um monstro ao estilo Godzilla destruindo tudo o que vê pela frente. O filme narra a história de cinco jovens, um deles está de mudança para o Japão (terra dos verdadeiros monstros gigantes!!!) e tudo começa na festa de despedida do dito cujo. Um dos seus colegas fica encarregado de filmar tudo o que acontece na festa e não demora muito para a ação começar. O ponto alto da película é mostrar o caos que toma conta de NY de uma maneira diferente, com uma fotografia bem obscura e ousada, mas não adianta porque o resto não empolga. Os personagens também não são nem um pouco carismáticos e o roteirista Drew Goddard deixa eles tão apequenados perto do terror e do próprio mostro que eu não me recordo o nome de nenhum deles. Talvez essa tenha sido a intenção dele e dos produtores, mas eu senti falta, ficou uma espécie de vazio. O monstro, personagem principal, vai sendo mostrado aos poucos e no final também não é grande coisa. Muito efeito especial por nada. “Cloverfield – Monstro” é uma tentativa do cinema americano de fazer, mais uma vez, um filme com grandes monstros só que peca pela falta de originalidade, tentando reinventar a roda sem sucesso.

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O Bebê de Rosemary (Rosemary's baby,EUA,1968)
Suspense com pitada de horror+mistério envolvente+roteiro impecável= Um dos melhores filmes da história

Taí um verdadeiro exemplo de cinema clássico e único. O diretor polonês Roman Polansky, ainda um cineasta em acessão na época, se consolidaria com essa obra de suspense com pequenas pitadas de horror. O casal Guy (Joe Cassavetes) e Rosemary Woodhouse (Mia Farrow) está de mudança para o seu novo apartamento e logo esperam ter um filho. Tudo vai de vento em poupa até conhecerem o casal de vizinhos Minie (Ruth Gordon, no papel que lhe rendeu um Oscar) e Roman (Sidney Blackmer) e pioram ainda mais depois que Rosemary fica grávida de fato. Ela começa a ter sonhos estranhos, ouve barulho nas paredes e enquanto isso o espectador fica sem saber no que acreditar. Sonho ou realidade? Seriam os vizinhos culpados? O marido? Uma história encaixada com milimétrica perfeição em um roteiro maravilhoso, também escrito por Polansky, que deixa o espectador com um senso de ambiguidade na cabeça. Se você não é dessa galáxia e não viu essa obra única, faça como eu, alugue!!!

Escrito por Léo Castelo Branco

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A Hora do Pesadelo 3 - Guerreiros dos Sonhos (1987)

A NIGTHMARE ON ELM STREET 3: DREAM WARRIORS
Direção: Chuck Russel
EUA, 1987




“Sonhos essas pequenas fatias de morte. Como as odeio.”
- Edgar Alan Poe.


Com essa frase e aquela música tétrica da série que começa “A Hora do Pesadelo 3 – Guerreiros dos Sonhos”, um filme divertido e que tem seus momentos brilhantes, porém peca por cair em clichês ridículos. Já reparou como isso é normal em filmes de terror? Mesmo assim esse continua a ser, de longe, meu gênero cinematográfico preferido.



Diferente dos dois primeiros filmes da série, nessa terceira parte, Freddy está um pouco mais “simpático”, falante e piadista, mas como sempre carregando seu trágico humor negro habitual. Nada mal a princípio, o início é até empolgante, do meio para o fim que a coisa descamba, mas deixaremos essa parte para o final.

Robert Englund, nunca decepcionou no papel de Freddy, se há vacilos em alguns episódios da série é culpa de roteiristas incompetentes e diretores medíocres que acabaram com toda estrutura do personagem, simplesmente viajando na maionese. Quer um exemplo? O fracasso da segunda parte em que os realizadores “gênios” trouxeram Freddy para o mundo real, assassinando o que a série tem de mais criativo, o mundo dos sonhos.

Nessa terceira parte, temos a volta de Nancy (Heather Langenkamp), que para quem não sabe, foi ela a mocinha do primeiro filme da série. Seis anos depois e com mechas brancas, a heroina reaparece para ajudar a última geração de adolescentes da Rua Elm que estão enfrentando problemas com pesadelos.

Logo na primeira cena do filme a jovem Kristen (Patricia Arquette) sonha com o já habitual mundo de Freddy, com direito a um ambiente repleto de jovens mortos e pendurados pelo pescoço, um cenário doentiamente belo, mas doentio que belo, certamente.



Após ter o pulso cortado por Freddy em seu sonho, Kristen acorda. E, logo é internada por sua mãe em uma clínica junto com jovens que a princípio também parecem que tentaram se matar. É aí que conhecemos os personagens secundários da trama.

Atenção, contagem de clichês ambulantes: um paralítico, um mudo, um negro, uma jovem viciada, um designer de marionetes (e típico idiota americanizado!!) e uma guria que sonha em ser atriz de TV. Pasmem, esses são os guerreiros dos sonhos!

Os jovens são tratados pelo Dr. Neil Gordan (Craig Wasson) que não sabe mais o que fazer, só que com chegada de Nancy Thompson, a personagem sobrevivente do filme original, as coisas mudam. Ela é única que acredita que os adolescentes estão sendo mortos por Freddy e fica até metade da exibição tentando convencer o doutor de que monstro existe e mata pra valer!!!



Enquanto isso, nosso mestre do horror se diverte acabando com suas vítimas. Em uma de suas “brincadeiras” mortais ele sai de dentro da TV, com antenas na cabeça (!!!) e antes de enfiar toda a pobre garota dentro da televisão solta a pérola:“Bem vinda ao horário nobre, vadia!”. Essa passagem, com certeza, está imortalizada na mente e nos sonhos dos fãs do mestre dos pesadelos.

Outro exemplo desse novo e serelepe Freddy Krueger é a sequência em que ele entra no doce sonho da viciada. Suas garras viram seringas cheias de heroína, que ele injeta na moça e enquanto ela morre, ele ainda blasfema:“Que viagem!”. Fantástico!!!

Chega a dar nostalgia quando vemos o Krueger do século XXI. E me pergunto, será que Michael Bay viu os primeiros filmes da franquia? Ao que parece não.

“A Hora do Pesadelo 3 – Guerreiros dos Sonhos” é um filme que tem suas pretensões e uma história que poderia ser muito bem explorada, mas não foi, falto um algo a mais, a tal cereja do bolo.

A partir do momento em que os jovens da clínica formam um time que luta contra o malvadão Freddy Krueger, o ritmo descamba e tudo parece mais com uma fantasia infantil do que o propriamente um filme de terror.



Dá para acreditar que cada personagem tem um poder especial nos sonhos? O negro tem uma super força, o aleijado pode andar, a viciada vira uma cyber punk (que poder é esse!?) e Kristen, aqui a personagem principal, pode trazer pessoas do mundo real para os seus sonhos. Assim, o filme se perde na sua própria pretensão e nos minutos finais temos mais efeitos especiais do que qualquer coisa. Um show visual, porém muito vazio de conteúdo.

O roteiro também tem as suas reviravoltas. Por exemplo, uma freira idosa aparece o tempo todo para o Dr. Neil, em cada aparição ela vai revelando a história e quem realmente foi Freddy Krueger. Pergunta: por que ela não aparece para Nancy ou para os jovens, já que eles , ao que parece, tem essa sensibilidade e que pouco a pouco estão sendo retalhados? A tal freira tem um papel de suma importância na trama, quem não viu veja, porque não vou revelar maiores detalhes.

Importante frisar que esse terceiro filme da série marca uma nova Era para Freddy, agora ele passa a matar suas vítimas, quase sempre jovens, baseando-se em suas características, como as mortes da viciada e da menina que sonha em ser estrela de TV já citadas.

A partir daqui, seu personagem virou um produto e os jovens atores verdadeiros clichês ambulantes, muitas vezes sem graça alguma. O que me mantém feliz é saber que Freddy (quando interpretado por Englund) nunca perdeu uma boa piada e sempre soube fazer a alegria de seus fãs.

Robert Englund merece uma estátua em Hollywood, sua interpretação é de extrema maestria, e em todas as ocasiões em que vestiu a luva com garras, o velho chapéu e o habitual pulôver rubro-negro, fez valer o preço das entradas. Então, por que estragar tudo, hein Michael Bay?



“A Hora do Pesadelo 3 – Guerreiros dos Sonhos” é diferente (diferença que se arrasta para os posteriores filmes da franquia) porque trouxe um Freddy mais comunicativo e o resultado não é ruim não, pelo contrário, eu gostei. Sei que muitos fãs xiitas podem me xingar, mas vou correr esse risco, afinal, vida de crítico de cinema é assim, ainda mais em uma área tão restrita como a do cinema fantástico.

Freddy virou um anti-herói e, é impossível não notar seu carisma nessa película, que economiza nas mortes e ganha no humor negro. Essa terceira sequência ficou mais cômica e adaptada para conquistar um público maior, o que de fato aconteceu.

O filme não é uma das mil maravilhas, só que prende a atenção do espectador, pelos menos até a metade da exibição e consegue arrancar algumas reações positivas e risadas com as frases célebres do maior vilão do cinema de horror: Freddy Krueger.

Texto escrito por Léo Castelo Branco

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Crítica rápida: À Prova de Morte e uma tarde no Espaço Unibanco

DEATH PROOF
Direção:Quentin Tarantino
EUA, 2007




Nesse último sábado, estive no Espaço Unibanco de Cinema em São Paulo, bem próximo a Avenida Paulista, para conferir o filme de Tarantino “À Prova de Morte”, obra de 2007 que só apareceu por aqui três anos depois do seu lançamento lá fora. E pra variar nós estamos sempre atrasados, né?!

Mudando de assunto, eu não poderia deixar de falar do Espaço, uma bela iniciativa do Unibanco em prol ao cinema. O local é convidativo, tem até um pequeno bar onde o povo costuma sentar e conversar após a sessão, algo que é muito comum na Europa.

Os preços das entradas são um pouco salgados (R$ 18,00 inteira e R$ 9,00 meia), mas vale a pena porque a sala é bem ampla e as cadeiras são muito confortáveis. Em frente ao Espaço ficam alguns ambulantes que vendem DVDs de filmes de arte, livros e outras quinquilharias culturais.

O único defeito são os banheiros, ou melhor, o banheiro. Só tem um, por incrível que pareça, e ainda por cima fica aquela fila métrica de gente apertada. Mas é algo facilmente esquecido quando pensamos no bem estar da cultura.

Agora falando do filme, Tarantino é Tarantino, só que aqui não me agradou muito não. A história é bem simplória, um dublê (Kurt Russel) persegue grupos de garotas no seu belo Camaro e é basicamente isso (e mais um monte de blá blá blá...), claro que tem o charme “Tarantinesco”.



Kurt está muito bem no papel do Dublê Mike, um verdadeiro canastrão. Mas só isso é pouco, as cenas são muito longas, com diálogos em 90% das vezes referentes á drogas ou sexo. Tá, eu sei que é o estilo Tarantino, tudo bem, mas quando quatro pessoas deixam a sessão no meio da exibição é porque algo não está bem.

E não estava. A minha esperança de um bom filme foi por água a baixo com as longas conversas que não mudaram em nada o destino do filme, algo até comum hoje em dia, só que dessa vez senti um exagero.

A película é cansativa até para o estilo de Tarantino, ela se arrasta por longas duas horas, podendo ser resolvida muito bem em 90 minutos. Já aviso para quem pensa que vai ver perseguições ao estilo “60 segundos”, pode esquecer. O filme é totalmente parado, propiciando ao espectador poucas cenas interessantes.

Alisando a fotografia também de Tarantino, juntamente com a direção de arte, temos nada menos que a perfeição. Uma sincera e maravilhosa homenagem aos anos 70 e os filmes de velocidade dos 70 - também com diversas citações. Tarantino brinca de fazer cinema mais uma vez, e esse é o ponto alto do filme: a sua liberdade poética e sua estética. O roteiro e os personagens sem o menor carisma deixam muito desejar.

“À Prova de Morte” é, em suma, uma embalagem muito bonita, porém sem conteúdo.

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