BAKJWI
Direção:Park Chon-wook
Coréia do Sul, 2009
Se você é daqueles fãs xiitas de filmes de vampiros e ainda não viu "Sede de
Sangue”, então faça qualquer loucura para encontrar essa jóia rara que merece um destaque especial aqui no Estranhezas Cinematográficas por três motivos:
1) É único quando o assunto é vampiros no cinema.
2) É divertido e asqueroso ao mesmo tempo.
3) É uns dos filmes mais intensos já vistos por Léo Castelo Branco.
Bom, para começar, li umas críticas por aí e vi que meus amigos analistas cinematográficos em sua grande maioria classificaram esse filme como multi-gênero. Pois bem, vou totalmente na contramão, porque além de “Sede de Sangue” ser um filme único, na minha visão, criou um gênero único também.
Os takes do diretor sul-coreano Park Chon-wook (diretor do comentado “Oldboy”) são esplendidos, a câmera também é um personagem da trama, só falta conversar com os personagens, os seus movimentos é que dão velocidade aos diálogos e ações.
Esse estilo é a marca de Park, mas diferente de “Oldboy” e suas outras obras, aqui o diretor brinca com o fantástico de maneira vezes lúdica, vezes doentia. Algo que ele realmente nunca havia feito, surpreendendo mais uma vez.
A história começa quando o padre Sang-hyeon (Song Kang-ho, de O Hospedeiro), um homem com anseio de fazer o bem, arrisca sua vida se inscrevendo como cobaia para testes na pesquisa de uma doença incurável. Até então, nenhuma das pessoas que se inscreveram para o projeto sobreviveram. Porém, Sang-hyeon consegue resistir inexplicavelmente aos testes realizados com ele.
Logo ele começa a notar diferenças no seu metabolismo, ganha poderes, aversão ao sol e a necessidade de se alimentar de sangue humano para manter a doença sob controle. Sintomas clássicos do vampirismo.
No começo o padre-vampiro só suga sangue de doentes terminais e suicidas, mas pouco a pouco ele vai se transformando em um monstro, cada vez mais sedento por sangue, no melhor estilo Nosferatu.
No segundo ato somos a apresentados ao seu amigo de infância Kang-woo (Ha-kyun Shin), sua esposa Tae-ju (Ok-bin Kim) e sua mãe Lady Ra (Hae-sook Kim). Desse núcleo derivam uma série de situações inusitadas, bem ao estilo do diretor Chan-wook, tudo muito intenso e sentido.
O filme segue e vemos uma bonita história de amor banhada com muito sangue, é claro. Essa história é o fio condutor da película, mas não vou revelar mais detalhes para não perder a graça, porque quem conhece as obras de Park sabe que nada é por acaso e tudo tem um porquê.
Cenas fortes são uma constante nos filmes do diretor sul-coreano, por isso, para quem gosta, “Sede de Vingança” é um prato cheio com direito a entrada e sobremesa. O vampirismo é tratado de maneira carnal e erótica, impossível não sentir um clima perturbador desde que a fita começa a rolar.
Essa é uma película para quem tem a mente aberta, definitivamente passa longe dos estereótipos de Hollywood e consegue marcar o espectador com cenas que ficam na memória, mesmo que, quem assista não queira rever o filme por um bom tempo.
Como já falei, a obra consegue ser engraçada em alguns momentos, mas nunca fugindo do seu objetivo nostálgico, esse fato é que diferencia essa das outras obras do diretor oriental. Em “Sede de Sangue” Park Chon-wook mostrou ao mundo que hoje ainda é possível ser original, ainda mais em um gênero tão explorado.
Concluindo: “Sede de Sangue” é o filme que “Crepúsculo” quer ser quando crescer.
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Dos lançamentos imperdíveis aos clássicos que nunca saem de moda – o cinema está aqui.
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sábado, 31 de julho de 2010
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Curtinhas de Léo Castelo Branco - Parte 2 - A revanche
O Golpista do Ano (I Love you, Phillip Morris,EUA,2009)
Ótima narração+Hollywood mentirosa+Jim Carrey impecável = a melhor comédia dramática dos últimos anos
Qual a melhor maneira de se contar uma história? O que realmente a torna de fato interessante? Os personagens, a narração ou as surpresas reveladas no transcorrer do quebra-cabeça da trama? No caso de “O Golpista do Ano” (lixo de tradução) temos todas as alternativas e, de fato, uma história muito bem contada, somada a um protagonista cativante que transborda carisma em um filme que dá pano pra múltiplas interpretações. Com pequenas e grandes reviravoltas no roteiro, “O Golpista do Ano” narra a história real de Steve Russell, um gay espertalhão que vivia de pequenos golpes e burlou diversas vezes o sistema penitenciário do estado do Texas, deixando George Bush, governador do estado na época, puto dos córnos (fato que o roteiro faz questão de frisar com ênfase). Steve fugiu 4 vezes da cadeia, dos modos mais inusitados, enganando o sistema e deixando Bush com cara de tacho, literalmente. Na primeira incursão na cadeia, ele conhece e se apaixona por Phillip Morris (Ewan McGregor, muito bem) e daí pra frente somos apresentados a uma história de amor com as trapaças de Steve de pano de fundo. O personagem de Carrey é aquele tipo que acredita estar acima de tudo e de todos e pode manipular qualquer um, já McGregor está uma menina definitivamente, o que é prova de uma interpretação digna de aplausos. O problema é que o filme insiste, já nos créditos iniciais, em frisar que tudo que se passará a seguir são fatos reais, o que não é verdade. Não acredita? Ou você não sabia que Hollywood é patologicamente mentirosa? Tudo bem, porque a atuação de Jim Carrey apaga qualquer coisa, mais uma vez, ele provou ser um excelente ator multi-gênero e o roteiro juntamente com a narração são os melhores que vi nos últimos anos.
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A Orfã (Orphan,EUA,2009)
Ambiente clichezento+personagens burros+boas atuações juvenis = um filme mediano
Sabe quando você assiste a um filme e tem a sensação de que a história foi mal aproveitada, que poderia ir mais além? Pois bem, senti exatamente isso ao fim da sessão de “A Orfã”. Eu diria que tirando o roteiro que segue a risca quase todos os clichês do gênero, recheado de cenas que parecem já vistas antes em outros filmes, personagens burros que não enxergam o óbvio e um final preguiçoso, até que seria um bom filme. Mas também não é péssimo, é sim salvo pelas boas interpretações juvenis, principalmente da orfã malvada Esther (Isabelle Fuhrman) e da garotinha que faz papel de surda (Aryana Engineer). A história tinha tudo para ser perfeita, mas o diretor espanhol Jaume Collet alterna momentos de extremo suspense com cenas clichezentas o que dá um resultado normal, no máximo podemos chamar esse “A Orfã”de um filme mediano.
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“O Sequestro do Metro” (The Taking of Pelhan 1 2 3,EUA,2009)
Denzel Washington + Jonh Travolta+filme paradão = sessão entretenimento
Denzel Washington é Walter Garber, um funcionário do Metro de Nova York, cuja vida vai ser muito afetada devido ao sequestro em uma das estações. John Travolta é Ryder, o autor do crime, que, como líder de uma gangue de quatro pessoas altamente armadas, ameaça executar os passageiros que estão nos vagões a menos que o resgate seja pago dentro de uma hora. Tá, beleza é só mais uma história clichê, já vista antes em diversas outras obras do gênero, como em “Assalto sobre trilhos”, por exemplo. E, em “O Sequestro do Metro” a coisa não é muito diferente, porém é sempre bom ver Denzel Washington e Jonh Travolta trabalhando separadamente, melhor então juntos. Seria melhor ainda se o filme tivesse mais ritmo, cansa ver os dois protagonistas desperdiçando seus talentos ficando quase o filme todo falando através de um rádio. E a ação? Que o espectador pagou pra ver? Enfim, direto e reto: uma sessão entretenimento, nada mais. Detalhe: o filme é um remake de uma obra de 1974 e Garber foi interpretado por Walter Matthau, já o personagem de Jonh Travolta ficou a cargo do não muito conhecido Robert Shaw.
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“Quanto mais idiota melhor” (Wayne’s World, EUA,1992)
Elenco impecável+risadas múltiplas+rock and roll = uma das melhores comédias dos anos 90
Relembrar é viver, sempre! Ainda mais pra esse filme besta feito para imbecis e que eu adoro. Imbecil ou não, cansei de rever e rachar o bico nos saudosos anos 90. Essa obra hilária traz para a telona nossa dupla Waney (Mike Myers) e Garth (Dana Carvey) que já faziam sucesso no Saturday Night Live. No novo formato, os dois têm um programa altamente cômico em uma rede fechada de TV, só que tudo muda quando eles recebem convite para estrelar um programa em uma grande rede de televisão norteamericana. As confusões e o estilo “todo desleixado” dos protagonistas mantêm os espectadores prontos a rirem a qualquer momento e a obra tem sua missão cumprida, com êxito. É diversão garantida! “Quanto mais idiota melhor" contém nos diálogos gírias exclusivas da época como: “detonar”, “no duro” e “da pesada”, e muito mais daqueles ingredientes que tornam tudo mais nostálgico (no bom sentido), falando em diálogos, os dos protagonistas são intocáveis!!! Ah, a trilha sonora também tem muito rock pesado, uma boa pedida para quem gosta do gênero. Para finalizar, “Quanto mais idiota melhor” é especial porque ri de si mesmo, atitude que falta a muitas comédias contemporâneas.
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Léo Castelo Branco.
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Beavis e Butthead detonam a América (1996)
BEAVIS AND BUTTHEAD DO AMERICA
Direção: Mike Judge e Yvette Kaplan
EUA, 1996.
O cinema já produziu grandes duplas que fizeram, ou melhor, fazem a cabeça do público até hoje. E muitas novas ainda surgirão durante a presente e futura modernidade. Martin Riggs (Mel Gibson) e Roger Murtaugh (Danny Glover) do filme “Máquina Mortífera”, Ripley (Sigourney Weaver) e a Criatura nos filmes da série “Alien”, Umma Thurman e John Travolta em “Pulp Fiction”, são só alguns GRANDES exemplos.
Já imaginou o Gordo sem o Magro? Jack Lemmon sem Walter Matthau? Oscarito sem Grande Otelo? É difícil, para mim pelo menos. As duplas geralmente criam raízes e fica complicado para o público separá-las, para muitos, eu diria, que é impossível.E não é só no cinema, na música e na literatura as duplas estão sempre lá, uma completando a outra e cativando o público a seu modo.
Enfim, chega de enrolação porque hoje é dia de falar de uma dupla muito especial para mim. Lá nos meus primórdios, 95-96, conheci esse desenho chamado "Beavis and Butt-Head" quando a MTV deixava de engatinhar aqui no Brasil.
Minha mente juvenil em completa expansão, principalmente por podreiras de plantão, adorou o que viu: dois garotos roqueiros que vivem na cidade fictícia de Highland, na fase pós-puberdade, completamente americanizados, viciados em nachos (uma espécie de Doritos), comentando video-clipes e anarquizando tudo!!!
Tá, à primeira vista parece a coisa mais idiota que já foi produzida, só que essa idiotice em excesso é, na verdade, uma crítica aos padrões e à adolescência americanizada da época, e porque não à atual também, afinal, não melhorou muita coisa.
Para mim "Beavis e Butt-Head" está entre as maiores duplas de todos os tempos do meio artístico. Por que? Simples, eles são a escória da sociedade, cabeças de vento, péssimos vizinhos, péssimos alunos e unicamente engraçados.
Agora ponha tudo isso no liquidificador, juntamente com traços simples, diálogos mais simples ainda e todos os ingredientes capazes de deixar um moralista de cabelo, barba e bigode em pé. O resultado? O desenho mais politicamente incorreto já produzido até hoje, o que cai como uma luva aqui, no Estranhezas Cinematográficas.
A série foi criada no ínicio dos anos 90 por Mike Judge (que mais tarde criaria o pop “O Rei do Pedaço”), e foi inspirada na própria infância-adolescência de seu criador, ele mesmo declarou que Butt-Head se baseia em um colega seu de turma que chamava todos da turma para chutar o seu próprio traseiro e se autodemonominava “Traseiro de Ferro” (Iron Butt).
O mais interessante é que, além de criar e escrever, Judge, faz as vozes dos pequenos delinquentes, o que é a marca da registrada da série. As risadas sequenciais e ofegantes da dupla são, de fato, únicas e dão a pitada certa de originalidade, o que estava em grande seca nesse período, porque em se falando em animações adultas, tínhamos apenas os “Simpsons” e alguns outros tímidos exemplos.
O linguajar usado pelos dois é praticamente monossilábico e tipicamente maconheiro: “só”, “legal” e “massa” são 90% dos diálogos, os outros 10% ficam por conta de palavrões impublicáveis aqui.
Essas características tão peculiares e esse “não compromisso” tornaram "Beavis e Butt-Head" um sucesso na época, sucesso que em 96, aumentou o formato e foi parar na telona para o delírio dos fãs.
Por incrível que pareça o filme manteve o espírito da série. Sim, ele consegue até ser ainda mais divertido, levando o espectador a sérios ataques de risos. E, sim, esse é um filme para se ver bêbado e chapado com os amigos.
“Beavis e Butt-Head detonam a América”, foi uma “aposta” da Paramount mediante ao sucesso da série, produzido com o alto orçamento de 12 milhões de dólares (alto para época e para uma animação) . Infelizmente não achei a bilheteria, se alguém souber, por favor, coloque nos comentários.
É até engraçado comparar o filme com os primeiros episódios da séria na televisão, a evolução de gráficos é notável. Agora imagine como vai ser o "Beavis e Butt-Head" do século XXI, isso mesmo, grande chance de, em breve, termos a nova versão televisiva da dupla. Não acredita? Copie e cole no seu navegador esse link: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2010/07/animacao-dos-anos-90-beavis-butthead-pode-voltar-diz-site.html .
Voltando à história do filme, tudo começa quando a nossa dupla acorda e descobre que sua preciosa TV foi roubada. A partir daí eles saem em busca do que os mantêm vivos e, de quebra, ainda quem sabe arrumar uma transa pelo caminho, ou como eles dizem, faturar.
Não demora muito, eles conhecem Muddy Grimes (dublado por Bruce Willis) que os confunde com matadores profissionais (!!!) e oferece US$ 10 mil para os dois irem a
Las Vegas “fazerem a sua mulher”. Só que os garotinhos, confundem “fazer” com “comer” e acham que se deram muito bem, ainda mais depois de verem a foto da gata Dallas Grimes (dublada por Demi More).
Preciso falar que a dupla topa de prima? Pois bem, na sequência embarcam para Vegas com os sinceros dizeres de Butt-Head: “Beavis, hoje é o melhor dia de nossas vidas, vamos finalmente faturar e ainda ser pagos para isso...”. Simplesmente impagável, sensacional e degradavelmente cômico.
Em Vegas, eles finalmente conhecem Dallas que os dá um perdido, os colocando na linha dos polícias que, agora, querem caçá-los e em pouco tempo eles serão considerados os homens mais perigosos da América (!!!). E, para piorar, Muddy descobre que eles não mataram sua mulher e vai partir atrás da dupla.
A partir daí, Beavis e Butt-Head iniciam uma viagem cruzando (e causando) pelos EUA e o filme entra no seu clímax. Vou deixar de contar para quem ainda não viu descobrir as pérolas que estarão na tela a seguir.
Por isso, se você não é dessa galáxia e não viu essa obra-prima do cinema sem noção corra agora pro Google, Torrent ou locadora e assista, pois é simplesmente obrigatório. Os episódios originais da série também podem ser encontrados com facilidade na rede e no Youtube.
E aí, vale uma sessão com os amigos e umas cervejinhas?
Direção: Mike Judge e Yvette Kaplan
EUA, 1996.
O cinema já produziu grandes duplas que fizeram, ou melhor, fazem a cabeça do público até hoje. E muitas novas ainda surgirão durante a presente e futura modernidade. Martin Riggs (Mel Gibson) e Roger Murtaugh (Danny Glover) do filme “Máquina Mortífera”, Ripley (Sigourney Weaver) e a Criatura nos filmes da série “Alien”, Umma Thurman e John Travolta em “Pulp Fiction”, são só alguns GRANDES exemplos.
Já imaginou o Gordo sem o Magro? Jack Lemmon sem Walter Matthau? Oscarito sem Grande Otelo? É difícil, para mim pelo menos. As duplas geralmente criam raízes e fica complicado para o público separá-las, para muitos, eu diria, que é impossível.E não é só no cinema, na música e na literatura as duplas estão sempre lá, uma completando a outra e cativando o público a seu modo.
Enfim, chega de enrolação porque hoje é dia de falar de uma dupla muito especial para mim. Lá nos meus primórdios, 95-96, conheci esse desenho chamado "Beavis and Butt-Head" quando a MTV deixava de engatinhar aqui no Brasil.
Minha mente juvenil em completa expansão, principalmente por podreiras de plantão, adorou o que viu: dois garotos roqueiros que vivem na cidade fictícia de Highland, na fase pós-puberdade, completamente americanizados, viciados em nachos (uma espécie de Doritos), comentando video-clipes e anarquizando tudo!!!
Tá, à primeira vista parece a coisa mais idiota que já foi produzida, só que essa idiotice em excesso é, na verdade, uma crítica aos padrões e à adolescência americanizada da época, e porque não à atual também, afinal, não melhorou muita coisa.
Para mim "Beavis e Butt-Head" está entre as maiores duplas de todos os tempos do meio artístico. Por que? Simples, eles são a escória da sociedade, cabeças de vento, péssimos vizinhos, péssimos alunos e unicamente engraçados.
Agora ponha tudo isso no liquidificador, juntamente com traços simples, diálogos mais simples ainda e todos os ingredientes capazes de deixar um moralista de cabelo, barba e bigode em pé. O resultado? O desenho mais politicamente incorreto já produzido até hoje, o que cai como uma luva aqui, no Estranhezas Cinematográficas.
A série foi criada no ínicio dos anos 90 por Mike Judge (que mais tarde criaria o pop “O Rei do Pedaço”), e foi inspirada na própria infância-adolescência de seu criador, ele mesmo declarou que Butt-Head se baseia em um colega seu de turma que chamava todos da turma para chutar o seu próprio traseiro e se autodemonominava “Traseiro de Ferro” (Iron Butt).
O mais interessante é que, além de criar e escrever, Judge, faz as vozes dos pequenos delinquentes, o que é a marca da registrada da série. As risadas sequenciais e ofegantes da dupla são, de fato, únicas e dão a pitada certa de originalidade, o que estava em grande seca nesse período, porque em se falando em animações adultas, tínhamos apenas os “Simpsons” e alguns outros tímidos exemplos.
O linguajar usado pelos dois é praticamente monossilábico e tipicamente maconheiro: “só”, “legal” e “massa” são 90% dos diálogos, os outros 10% ficam por conta de palavrões impublicáveis aqui.
Essas características tão peculiares e esse “não compromisso” tornaram "Beavis e Butt-Head" um sucesso na época, sucesso que em 96, aumentou o formato e foi parar na telona para o delírio dos fãs.
Por incrível que pareça o filme manteve o espírito da série. Sim, ele consegue até ser ainda mais divertido, levando o espectador a sérios ataques de risos. E, sim, esse é um filme para se ver bêbado e chapado com os amigos.
“Beavis e Butt-Head detonam a América”, foi uma “aposta” da Paramount mediante ao sucesso da série, produzido com o alto orçamento de 12 milhões de dólares (alto para época e para uma animação) . Infelizmente não achei a bilheteria, se alguém souber, por favor, coloque nos comentários.
É até engraçado comparar o filme com os primeiros episódios da séria na televisão, a evolução de gráficos é notável. Agora imagine como vai ser o "Beavis e Butt-Head" do século XXI, isso mesmo, grande chance de, em breve, termos a nova versão televisiva da dupla. Não acredita? Copie e cole no seu navegador esse link: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2010/07/animacao-dos-anos-90-beavis-butthead-pode-voltar-diz-site.html .
Voltando à história do filme, tudo começa quando a nossa dupla acorda e descobre que sua preciosa TV foi roubada. A partir daí eles saem em busca do que os mantêm vivos e, de quebra, ainda quem sabe arrumar uma transa pelo caminho, ou como eles dizem, faturar.
Não demora muito, eles conhecem Muddy Grimes (dublado por Bruce Willis) que os confunde com matadores profissionais (!!!) e oferece US$ 10 mil para os dois irem a
Las Vegas “fazerem a sua mulher”. Só que os garotinhos, confundem “fazer” com “comer” e acham que se deram muito bem, ainda mais depois de verem a foto da gata Dallas Grimes (dublada por Demi More).
Preciso falar que a dupla topa de prima? Pois bem, na sequência embarcam para Vegas com os sinceros dizeres de Butt-Head: “Beavis, hoje é o melhor dia de nossas vidas, vamos finalmente faturar e ainda ser pagos para isso...”. Simplesmente impagável, sensacional e degradavelmente cômico.
Em Vegas, eles finalmente conhecem Dallas que os dá um perdido, os colocando na linha dos polícias que, agora, querem caçá-los e em pouco tempo eles serão considerados os homens mais perigosos da América (!!!). E, para piorar, Muddy descobre que eles não mataram sua mulher e vai partir atrás da dupla.
A partir daí, Beavis e Butt-Head iniciam uma viagem cruzando (e causando) pelos EUA e o filme entra no seu clímax. Vou deixar de contar para quem ainda não viu descobrir as pérolas que estarão na tela a seguir.
Por isso, se você não é dessa galáxia e não viu essa obra-prima do cinema sem noção corra agora pro Google, Torrent ou locadora e assista, pois é simplesmente obrigatório. Os episódios originais da série também podem ser encontrados com facilidade na rede e no Youtube.
E aí, vale uma sessão com os amigos e umas cervejinhas?
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Curtinhas de Léo Castelo Branco
Iniciando mais um nova e esquisita fase no Estranhezas Cinematográficas, apresento-lhes: as "Curtinhas de Léo Castelo Branco". Vez ou outra, aqui, você vai encontrar um apanhado de pequenas críticas de filmes mais atuais e outras indicações sem a menor ordem cronológica. Tudo para você aproveitar ao máximo (ou não) sua sessão de cinema.
Discurso feito, vamos aos filmes…
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Karate Kid (Idem, Harold Zwart, EUA, 2010)
Acrobacias de Chan+ pré adolescência bombando+ mudanças drásticas na história original = mais um péssimo e desnecessário remake
Qual o propósito de fazer um remake onde a ambientação da história original muda mais de 20.000 Km? E se o filme original tratava de karatê, porque esse tem que falar de Kung-Fu? Pergunte ao Harold Zwart, diretor de mais um remake sem o menor sentido e depois me explique, porque fiquei realmente curioso. Esse “Karate Kid” bebe na mesma fonte do original, mantendo aquela apelação emocional que força o espectador a escolher o lado do protagonista (Jaden Smith, sem carisma) e se for muito sensível até mesmo chorar no final. Afinal, essa é a proposta de uma obras dessas: entreter pelo tempo de exibição. Só que as 2 horas e 6 minutos cansam, as acrobacias de Chan e o excesso de pré-adolescência no roteiro também não ajudam, mas talvez o público-alvo deva gostar. A história é totalmente diferente do original, se passando na China, quando o garoto Dre se muda com a mãe para Beijing e começa a enfrentar problemas de adaptação principalmente quando se “apaixona” pela bonitinha Mei Ying (Han Wen Wen) e é atacado por uma gang de garotos inconsequentes que mais parecem vilões de filmes de guerra do Vietnam. Sr. Han (Chan) é o zelador do prédio para o qual Dre se muda e, aos poucos começa a gostar do garoto, e lhe ensinar o verdadeiro Kung-Fu para ele poder lutar num torneio onde poderá derrotar os garotos que lhe bateram no ínicio do filme. Não sei vocês, mas eu já cansei de Chan faz tempo, as suas acrobracias parecem coisa de circo e as atuações são todas muito parecidas. E ainda, logo eu, que nunca fui fã de série "Karate Kid" senti saudades de Ralph Macchio e Pat Morita. A questão é que esse "remake" fica muito abaixo do original, feito única e exclusivamente para o público juvenil que não teve contato com os filmes que marcaram época e fizeram muitos garotinhos começarem a praticar karatê.
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O Homem de Ferro 2 (Iron Man 2, Jon Favreau, EUA, 2010)
A estrela de Tony Stark + Mike Rourke tímido + personagens demais = “apenas” uma boa sequência
Sempre digo e vocês sabem, é difícil uma sequência fazer jus ao original. E se tratando exclusivamente de cinema é praticamente impossível. Pois bem, com esse pensamento fui ver a continuação de “Homem de Ferro”, esperando dar boas risadas com o personagem Tony Stark (Robert Doney Jr.), encontrar algumas boas sequências de ação e nada mais que um filme divertido, porém inferior ao original. Acertei em cheio. Doney Jr. está impossível, divertidíssimo em uma atuação impecável, as cenas de ação são muito boas e com um certo charme, tirando o excesso de efeitos computadorizados nas cenas finais e ainda posso dizer também que a obra, vista como um todo, é realmente inferior ao primeiro como era de se esperar. Mike Rourke é o vilão-clichê típico de filmes de super-heróis. E discordo de grande parte da crítica que diz que ele “roubou a cena”. Tirando a melhor cena do filme, a primeira batalha vilão-herói que ocorre durante uma corrida em Mônaco em que ele se apresenta muito bem, o resto da película é apenas normal, o que se falando de Mike Rourke é pouco, não? Outro problema é o excesso de personagens na história, o que pode dificultar bem o entendimento do espectador, principalmente daqueles que não viram o original. O que fica claro é: Tony Stark é quem comanda o show. E, na minha opinião, é a melhor atuação de um herói, quando não usa armadura, do cinema.
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Marley e Eu (Marley and me, David Frankel, EUA, 2008)
História bonitinha+ adaptação de best-seller+ lição de vida = um filme engraçadinho
Para quem acha que sou um dos críticos de cinema mais insesíveis que já habitou a face da terra, se morda de raiva porque eu gostei,sim, desse bonitinho conto sobre crescimento, evolução e a vontade das pessoas se tornarem felizes com elas mesmas. Adaptado do best-seller autobiográfico de Jonh Grogan, “Marley e Eu” narra a história da chegada de um cachorro de raça labrador na vida do casal Grogan (Jennifer Aniston e Owen Wilson), o que era para ser uma espécie de treino para eles antes de terem filhos, até descobrirem que compraram “o pior cão do mundo”. O cachorro é muito bonitinho sim, só que o filme vai muito além dele, combinando drama e humor (contendo alguns exageros do gênero) e jogando na tela muitas situações cotidianas como casamento, trabalho e a formação de uma família. Gostei do resultado, um filme-entretenimento que faz pensar. E o cachorro ajuda, claro…
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Psicopata Americano (American Psycho, Mary Harron, EUA, 2000)
Christian Bale além do Batman+decadência do american way of life+ideia criativa e ousada= obra imperdível
Taí um filme que sempre adiei para ver, todo mundo buzinava na minha orelha dizendo que era do caralho, insano e um dos melhores filmes de serial-killers da história. Verdade, “Psicopata Americano” é um filmaço. Adaptado de um romance de Bret Easton Ellis, “American Psycho”, narra a vida de Patrick Bateman, um filhinho de papai que frequenta os melhores restaurantes de NY, usa as roupas mais caras, tem mais cremes hidratantes que a Monique Evans e tem como principal hobby, junto com seus amiguinhos, ver quem tem o mais estilizado cartão de visitas (!!!). Apesar de ter tudo, Bateman, sente-se vazio e encontra a solução dos seus problemas matando. Ele assassina suas vítimas ouvindo Phill Collins entre outras músicas dignas de um Yuppie e o engraçado é ver tantos artigos de luxo (mostrados a exaustão no começo do filme) dividirem espaço com facas, serras elétricas, entre outros artigos de Filmes-B. Muito original a ideia dessa obra que mistura humor, cinismo, sangue e muita criatividade na melhor atuação da carreira do até então futuro Batman - Christian Bale. Sem esquecer da crítica visível a alta e vazia sociedade norteamericana (e porque não mundial) mostrando que dinheiro não compra amor, gratidão entre outros tantos sentimentos.
Discurso feito, vamos aos filmes…
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Karate Kid (Idem, Harold Zwart, EUA, 2010)
Acrobacias de Chan+ pré adolescência bombando+ mudanças drásticas na história original = mais um péssimo e desnecessário remake
Qual o propósito de fazer um remake onde a ambientação da história original muda mais de 20.000 Km? E se o filme original tratava de karatê, porque esse tem que falar de Kung-Fu? Pergunte ao Harold Zwart, diretor de mais um remake sem o menor sentido e depois me explique, porque fiquei realmente curioso. Esse “Karate Kid” bebe na mesma fonte do original, mantendo aquela apelação emocional que força o espectador a escolher o lado do protagonista (Jaden Smith, sem carisma) e se for muito sensível até mesmo chorar no final. Afinal, essa é a proposta de uma obras dessas: entreter pelo tempo de exibição. Só que as 2 horas e 6 minutos cansam, as acrobacias de Chan e o excesso de pré-adolescência no roteiro também não ajudam, mas talvez o público-alvo deva gostar. A história é totalmente diferente do original, se passando na China, quando o garoto Dre se muda com a mãe para Beijing e começa a enfrentar problemas de adaptação principalmente quando se “apaixona” pela bonitinha Mei Ying (Han Wen Wen) e é atacado por uma gang de garotos inconsequentes que mais parecem vilões de filmes de guerra do Vietnam. Sr. Han (Chan) é o zelador do prédio para o qual Dre se muda e, aos poucos começa a gostar do garoto, e lhe ensinar o verdadeiro Kung-Fu para ele poder lutar num torneio onde poderá derrotar os garotos que lhe bateram no ínicio do filme. Não sei vocês, mas eu já cansei de Chan faz tempo, as suas acrobracias parecem coisa de circo e as atuações são todas muito parecidas. E ainda, logo eu, que nunca fui fã de série "Karate Kid" senti saudades de Ralph Macchio e Pat Morita. A questão é que esse "remake" fica muito abaixo do original, feito única e exclusivamente para o público juvenil que não teve contato com os filmes que marcaram época e fizeram muitos garotinhos começarem a praticar karatê.
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O Homem de Ferro 2 (Iron Man 2, Jon Favreau, EUA, 2010)
A estrela de Tony Stark + Mike Rourke tímido + personagens demais = “apenas” uma boa sequência
Sempre digo e vocês sabem, é difícil uma sequência fazer jus ao original. E se tratando exclusivamente de cinema é praticamente impossível. Pois bem, com esse pensamento fui ver a continuação de “Homem de Ferro”, esperando dar boas risadas com o personagem Tony Stark (Robert Doney Jr.), encontrar algumas boas sequências de ação e nada mais que um filme divertido, porém inferior ao original. Acertei em cheio. Doney Jr. está impossível, divertidíssimo em uma atuação impecável, as cenas de ação são muito boas e com um certo charme, tirando o excesso de efeitos computadorizados nas cenas finais e ainda posso dizer também que a obra, vista como um todo, é realmente inferior ao primeiro como era de se esperar. Mike Rourke é o vilão-clichê típico de filmes de super-heróis. E discordo de grande parte da crítica que diz que ele “roubou a cena”. Tirando a melhor cena do filme, a primeira batalha vilão-herói que ocorre durante uma corrida em Mônaco em que ele se apresenta muito bem, o resto da película é apenas normal, o que se falando de Mike Rourke é pouco, não? Outro problema é o excesso de personagens na história, o que pode dificultar bem o entendimento do espectador, principalmente daqueles que não viram o original. O que fica claro é: Tony Stark é quem comanda o show. E, na minha opinião, é a melhor atuação de um herói, quando não usa armadura, do cinema.
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Marley e Eu (Marley and me, David Frankel, EUA, 2008)
História bonitinha+ adaptação de best-seller+ lição de vida = um filme engraçadinho
Para quem acha que sou um dos críticos de cinema mais insesíveis que já habitou a face da terra, se morda de raiva porque eu gostei,sim, desse bonitinho conto sobre crescimento, evolução e a vontade das pessoas se tornarem felizes com elas mesmas. Adaptado do best-seller autobiográfico de Jonh Grogan, “Marley e Eu” narra a história da chegada de um cachorro de raça labrador na vida do casal Grogan (Jennifer Aniston e Owen Wilson), o que era para ser uma espécie de treino para eles antes de terem filhos, até descobrirem que compraram “o pior cão do mundo”. O cachorro é muito bonitinho sim, só que o filme vai muito além dele, combinando drama e humor (contendo alguns exageros do gênero) e jogando na tela muitas situações cotidianas como casamento, trabalho e a formação de uma família. Gostei do resultado, um filme-entretenimento que faz pensar. E o cachorro ajuda, claro…
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Psicopata Americano (American Psycho, Mary Harron, EUA, 2000)
Christian Bale além do Batman+decadência do american way of life+ideia criativa e ousada= obra imperdível
Taí um filme que sempre adiei para ver, todo mundo buzinava na minha orelha dizendo que era do caralho, insano e um dos melhores filmes de serial-killers da história. Verdade, “Psicopata Americano” é um filmaço. Adaptado de um romance de Bret Easton Ellis, “American Psycho”, narra a vida de Patrick Bateman, um filhinho de papai que frequenta os melhores restaurantes de NY, usa as roupas mais caras, tem mais cremes hidratantes que a Monique Evans e tem como principal hobby, junto com seus amiguinhos, ver quem tem o mais estilizado cartão de visitas (!!!). Apesar de ter tudo, Bateman, sente-se vazio e encontra a solução dos seus problemas matando. Ele assassina suas vítimas ouvindo Phill Collins entre outras músicas dignas de um Yuppie e o engraçado é ver tantos artigos de luxo (mostrados a exaustão no começo do filme) dividirem espaço com facas, serras elétricas, entre outros artigos de Filmes-B. Muito original a ideia dessa obra que mistura humor, cinismo, sangue e muita criatividade na melhor atuação da carreira do até então futuro Batman - Christian Bale. Sem esquecer da crítica visível a alta e vazia sociedade norteamericana (e porque não mundial) mostrando que dinheiro não compra amor, gratidão entre outros tantos sentimentos.
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